Sem Etiqueta!

Post escrito originalmente em 4 de abril de 2015.


Olá a todos! 🙂 Como vão?

No post de hoje transcrevo um e-mail que recebi da querida Ry~chan, alguns séculos atrás! ^-^ Aliás, tenho vários e-mails interessantes guardados, não só dela, quanto de várias pessoas. Acho uma pena que as mensagens não sejam mais enviadas por e-mail (era legal, desde que não seja em exagero!), creio eu que seja culpa do Facebook.

Bom, vamos ao e-mail, ele estava em Power Point, apenas peguei o texto, que é meio longo, mas vale a pena.

Sem Etiqueta!
Sem Etiqueta! – Montagem feita por mim, às pressas, com imagens retiradas destes sites: violino; etiqueta; diamante; coração.

“A nota é internacional e diz, mais ou menos assim:

‘Aquela poderia ser mais uma manhã qualquer. Eis que o sujeito desce na estação de metrô de Nova Iorque, vestindo jeans, camiseta e boné. Encosta-se próximo a entrada. Tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal.

Mesmo assim, durante 45 minutos em que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes.

Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas, com um instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares.

Alguns dias antes, Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custaram a bagatela de mil dólares.’

A experiência no metrô, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino.

A iniciativa, realizada pelo jornal The Washington Post, era de lançar um debate sobre valor, contexto e arte. A conclusão é de que estamos acostumados a dar valor às coisas, quando estão num contexto. Bell, no metrô, era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife.

Esse é mais um exemplo daquelas tantas situações que acontecem em nossas vidas, que são únicas, singulares e que não damos importância, porque não vêm com a etiqueta de preço.

Afinal, o que tem valor real para nós, independentemente de marcas, preços e grifes? É o que o mercado diz que podemos ter, sentir, vestir ou ser?

Será que os nossos sentimentos e a nossa apreciação de beleza são manipulados pelo mercado, pela mídia e pelas instituições que detêm o poder financeiro?

Será que estamos valorizando somente aquilo que está com etiqueta de preço?

Uma empresa de cartões de crédito vem investindo, há algum tempo, em propagandas onde, depois de mostrar vários itens, com seus respectivos preços, apresenta uma cena de afeto, de alegria e informa: ‘Não tem preço’.

E é isso que precisamos aprender a valorizar. Aquilo que não tem preço, porque não se compra.

Não se compra a amizade, o amor, a afeição. Não se compra carinho, dedicação, abraços e beijos. Não se compra raios de sol, nem gotas de chuva. A canção do vento que passa sibilando pelo tronco oco de uma árvore é grátis.

A criança que corre, espontânea, ao nosso encontro e se pendura em nosso pescoço, não tem preço. O colar que ela faz, contornando-nos o pescoço com os braços não está a venda em nenhuma joalheria. E o calor que ela transmite dura o quanto durar a nossa lembrança.

O ar que respiramos, a brisa que embaraça nossos cabelos, o verde das árvores e o colorido das flores nos é dado por Deus, gratuitamente.

Pensemos nisso e aproveitemos mais tudo que está ao nosso alcance, sem preço, sem patente registrada, sem etiqueta de grife.

Usufruamos dos momentos de ternura que os amores nos ofertam, intensamente, entendendo que sempre a manifestação do afeto é única, extraordinária, especial.

Fiquemos mais atentos ao que nos cerca, sejamos gratos pelo que nos é ofertado e sejamos felizes, desde hoje, enquanto o dia nos sorri e o sol despeja luz em nosso coração apaixonado pela vida.”

(Texto de Ana Maria Jr., a partir de comentários de Willian Hazlitt, que circula na internet.).

Joshua Bell
Joshua Bell – Imagem retirada deste site.

Este texto, apesar de já ter alguns anos, continua atual, pois ainda vivenciamos, talvez ainda mais do que naquela época, a valorização das marcas. Muitos dão importância em demasia para elas. Uma marca de grife renomada e reconhecida agrega valores aos produtos/serviços, sem dúvida. E, não há mal em reconhecer isso. No entanto, o problema está no foco. Será que não se foca demais no valor das marcas? E, assim, não se está esquecendo de reparar em outros tesouros mais importantes?

Eu, particularmente, não ligo muito para marcas, por isso, não compreendo muito bem como a maioria pensa/sente em relação a estas. No geral, não me importo muito quais marcas são famosas e chiques, e quais são menos conceituadas. Consumo as coisas de que eu gosto, independentemente de sua etiqueta.

No entanto, como diz o texto, as preciosidades mais essenciais em nossa vida não possuem preço, nem marca. Seu valor é tão alto que é inestimável, embora possamos ter gratuitamente. Apesar disso, muitas vezes não reparamos nestas “valiosidades”. O caso contado no início do e-mail é um excelente exemplo.

As pessoas que foram assistir Joshua Bell no Symphony Hall, será que elas realmente apreciam sua música? Será que elas fecham os olhos para sentir as ondas de sentimentos que elas passam? Ou foram lá só porque é um famoso violinista, e por ser uma apresentação cujo preço do ingresso era alto sendo algo chique? Ou seja, por conta da “etiqueta de marca” que representava aquela apresentação?

Claro, estou questionando isso, porém, sei que existem os que amam a música, o violino e/ou são fãs de Joshua Bell.

Quando este mesmo músico tocou no metrô, pergunto-me se alguém que estava em sua cara apresentação passou por lá sem reparar nele. E, mesmo em relação às demais pessoas que transitaram pelo local, imagino eu que algumas delas apreciem o tipo de música que ele tocou, porém, porque ninguém notou?

Isso é algo que deveríamos nos preocupar. Cada pessoa está tão focada em si mesmo, que acaba não enxergando o seu redor, e isso inclui as pessoas que nos são importantes. Quantas pessoas não se concentram tanto no trabalho que esquecem-se da família, cônjuge, amigos? Percebendo o vazio deixado somente quando perdem estas inestimáveis pessoas?

Acredito que é importante parar um pouco, reparar no que há ao redor: as pessoas, a paisagem (seja natural ou urbana), o céu, as flores, os sons (a música de um violinista famoso tocando no metrô, por exemplo), etc. Praticar mais o sentir, ao invés do pensar.

Devemos atentar mais para quem nos é importante, se interessar mais por elas, saber se estão bem, se estão com problemas, se têm sonhos, quais são seus medos, tristezas, traumas. Será que a pessoa mais importante de sua vida não está precisando de um abraço, e você, por estar ocupado com o trabalho/estudo/ou qualquer outra coisa, não está notando?

Esforçando-se no trabalho, é possível enriquecer e comprar todas as melhores coisas do mundo, das melhores marcas! No entanto, além de poder prejudicar a própria saúde, não trará a felicidade, nem para si, nem para quem se ama, pois nem a joia mais cara e nem os produtos melhores conceituados do mundo substituem a companhia de quem amamos. Empenhar-se para dar uma vida confortável à família é uma atitude louvável, desde que não o(a) tire da companhia da mesma.

Outro ponto que o texto aborda brevemente também, é sobre a manipulação dos sentimentos e comportamentos pela mídia/mercado. De fato isso ocorre, assim como em relação ao “padrão de beleza“, que nos é imposto. No entanto, não atribuo a “culpa” desse fato à mídia somente, mas também às pessoas que se deixam influenciar. Penso eu que é preciso se conscientizar e filtrar o que a mídia nos joga. Ainda mais nos dias atuais, onde a quantidade de informação é colossal, graças à internet. É preciso destacar em nossas mentes o que é realmente importante para si mesmo, e dar prioridade para isso.

As marcas/etiquetas possuem seu valor, sua importância e sua função sim. No entanto, não devemos permitir que a importância desta se sobreponha ao que realmente é valioso para nós. As pessoas que amamos, a beleza das paisagens, a Mãe Natureza e as sensações que Ela nos permite ter, o observar, o ouvir, o sentir, o viver.


CURIOSIDADE:

Um vídeo do teste feito com Joshua Bell:

Durante os 45 minutos em que ele tocou, estima-se que passaram cerca de 1.100 pessoas no metrô. Vinte pessoas chegaram a deixar um dólar para o músico, no entanto, sem parar para ouvi-lo, apenas seis pessoas pararam por uns minutos. Ele coletou 32 dólares.

Quem mais prestou atenção no violinista e sua arte foram as crianças. Porém, as mães acabavam puxando-as sem sequer olhar para ele. As crianças ainda possuem uma percepção e curiosidade peculiar e admirável! Devemos aprender com elas.


Este assunto pode ser expandido, para a forma que as pessoas rotulam tudo, inclusive outras pessoas. Todavia, deixarei para abordar este assunto em uma outra postagem.

Bom, por hoje é só!

E nunca se esqueçam! O maior de todos os tesouros são os seus sonhos!

Abraços!