Suicídio

Post escrito originalmente em 5 de novembro de 2014.


Olá pessoas! Tudo bem? 🙂

O assunto que abordarei na postagem de hoje é bem sério. É o extremo da ausência de amor, e da presença do negativismo. Provavelmente, a situação depressiva mais delicada que se pode chegar. Tratarei sobre o suicídio.

Suicídio
Imagem retirada do site A Tribuna.

Acho que o termo dispensa definições mais detalhadas. Resumidamente, o suicídio é o ato de um indivíduo tirar sua vida, por vontade própria.

Antes de escrever aqui, li uns poucos artigos sobre o assunto. A maioria aborda dados e estatísticas, explicações psiquiátricas e receitas de como fazer quando perceber que alguém está pensando em suicídios. Isso tudo é importante, sem dúvidas, porém, não é meu objetivo aqui. Quero tratar mais dos sentimentos dessas pessoas. Viso duas metas, ao escrever esse post:

  1. Se, alguém que está pensando nesta prática ler este post, quero que se sinta compreendido, gostaria de tocar seu coração e fazê-lo(a) perceber que podem existir outros caminhos para dissipar as suas dores.
  2. Se, alguém que conhece alguém querido(a) que esteja pensando em suicídio, gostaria que minhas palavras o(a) incentivassem a ajudar essa pessoa da melhor forma possível, tentando compreender e sentir toda a dor deste(a).

Apesar de não ser psicólogo ou psiquiatra, e não saber se meu ponto de vista está correto, desejo muito ajudar pessoas assim. Primeiramente, por ser uma vida, a vida de uma pessoa repleta de possibilidades. E segundo, pois conheço trevas profundíssimas e, por tanto, compreendo um pouco o desespero de querer acabar com o sofrimento a todo o custo.

Inicialmente, vamos discorrer sobre a motivação das pessoas quererem dar um desfecho em sua própria vida. A maioria das pessoas que cometem este ato, estavam deprimidas. Depressão é um outro assunto seríssimo, mas que é encarado, por muitos, com preconceito ou descaso.

Seria impossível listar todos os motivos de depressão, pois cada história é uma história. Mas, creio que no geral, sejam problemas do dia a dia, como desemprego, perda de alguém querido, frustrações profissionais ou na vida pessoal, problemas de relacionamento, solidão, ou até mesmo por um amor que não deu certo. Há também casos de doenças terminais. Talvez, outra razão comum, seja a perda do “eu”, não ver sentido em sua própria existência ou, não encontrar motivações para amar a si mesmo. Para outros, podem ser uma forma de gritar: “estou aqui, alguém me veja“! E, com isso, não estou dizendo que essa pessoa seja só alguém que queira chamar atenção. Significa que ela precisa de alguém que a compreenda, que a ame, que estenda a mão e diga “estou com você“.

“Suicídio é, frequentemente, apenas um grito por ajuda que não foi ouvido a tempo.”
(Graham Greene)

O suicídio está entre uma das 10 principais causas de mortes no mundo… Não é estranho? Certamente há algo de errado nos valores atuais. E, ao meu ver, é o fato das pessoas não terem com quem contar de verdade. Os poucos exemplos de motivos que citei no parágrafo acima, podem ser amenizados e/ou solucionados com um bom e verdadeiro amigo.

Mas, a humanidade está carente de bons ouvintes. Não se percebe a dor do próximo, por mais próximo que esteja. Muitas vezes, os desabafos são apenas curiosidade para quem ouve, querem saber o porque, como, o que, com quem… mas não estão preocupadas com os sentimentos, e são tratados com descaso, com palavras como “sai dessa”, ou “logo passa”, ou “vai ficar tudo bem”, ou pior ainda “sei como é”.

Acho que quem está com sentimentos suicidas, não precisa de palavras superficiais e desinteressadas como essas. Elas precisam de alguém que compreenda e perceba o desespero dela, alguém que escute o grito de sua alma, que pede por socorro e a acolha com carinho. Alguém que a ouça, não pelo seu próprio ponto de vista, mas pelo olhar dela. Isso se chama empatia, uma relíquia neste mundo.

Se quiser ajudar alguém nesse estado, nunca dê opiniões ou críticas. Isso só piora! Apenas escute interessada e preocupadamente. Demonstrar a preocupação (sincera) e o quanto esta pessoa é querida, às vezes, é tudo o que ela precisa. Tentar entender de verdade o sentimento dessa pessoa… preencher o vazio que a consome.

Eu sou péssimo em desabafar, por isso, sei que nem sempre é fácil contar o que está realmente acontecendo/sentindo. Mas, se estiver realmente preocupado com alguém que não parece bem, pergunte, assim talvez fique mais fácil para ela falar. Mostrar interesse pelo bem estar do próximo também está em carência atualmente.

Se a pessoa não conseguir falar, peça para escrever, pode ser em forma de carta, e-mail ou bilhete… Às vezes, escrever facilita. Mas, nunca a force! Assim, só perderá a confiança da mesma.

Depois disso, se for o caso, juntos, tentem pensar numa solução, com sugestões e indagações. Repito: nunca critique ou opine de forma impositiva (do tipo: “faça assim que resolve”). Pergunte sugerindo: “e se fizesse tal coisa?”. Ou indague, para estimular a pessoa a contar mais e, quem sabe, encontrar uma resposta por si mesma.

Após ouvir, um erro comum, é dizer coisas como “ah! É só isso? Passei por coisas parecidas! Com o tempo passa!”, ou “Sei que você consegue superar tranquilamente!”. Nunca se esqueçam: algo que pode ser apenas uma pinicada de agulha para você, pode ser uma fincada de espada para o outro. Os valores, o modo de ver o mundo, os sentimentos, as perspectivas, mudam de pessoa para pessoa.

O problema é que a vontade das pessoas se compreenderem é decrescente, nos dias de hoje. Analisa-se os problemas dos outros por perspectivas próprias, e julga-se a gravidade deste por este olhar. Não se tem paciência de ouvir e entender como a pessoa se sente em relação aos problemas. E, muitas vezes julgam sem entender nada.

Às vezes, eu acho que não são necessárias muitas palavras, apenas a presença e a atenção podem ser grande ajuda. Um abraço, uma demonstração de carinho são formas da pessoa entender que se ela desaparecer, que se ela se suicidar e deixar este mundo, ela fará falta. Que há pessoas que se importam com ela. Parece simples, mas esses tipos de demonstrações são raras. Todos precisam sentir-se necessários. Porém, infelizmente, para o consolo, muitos usam frases prontas, ou palavras genéricas de incentivo, que serviriam para qualquer pessoa com qualquer problemas.

Obviamente, mesmo tendo alguém que a escute devidamente, não é garantia de que ela saia da depressão e desista do suicídio. Porém, é uma grande ajuda que, certamente, fará diferença. O suicídio também tem outros agravantes além da depressão, como perturbação bipolar e esquizofrenia, que precisam de ajuda mais profunda e até profissional.

Dr. Augusto Cury diz que a humanidade precisa aprender a proteger melhor o território emocional. Eu concordo com ele. Proteger-nos emocionalmente é algo difícil, que precisa de treinamento. Deveria ser estimulado no lar e nas escolar, para que se torne algo natural (Cury tem vários livros que falam sobre isso). Ainda segundo este autor, os suicidas são, na verdade, as pessoas que mais amam a vida. O que elas desejam matar é seu sofrimento.

“Quando uma pessoa pensa em suicídio, ela quer matar a dor, mas nunca a vida.”
(Augusto Cury)

Depois de ter uma boa conversa para se aproximar e entender a dor de alguém que precisa de ajuda, acho bom procurar um auxílio profissional. Mas sou contra forçá-la a isso. Pois, se for forçada, ela recusará a ajuda e, como dito acima, perderá a confiança, o que pode agravar, ao meu ver, o problema. No entanto, acho legal se informar como agir para que a pessoa em questão possa ser convencida a receber ajuda, ou que medidas tomar para salvá-la.

Os remédios receitados por psiquiatras podem amenizar os sofrimentos, mas, não creio que possam curar a alma. Por isso, acho que o mais importante, é chegar à raiz da dor emocional e, tentar solucioná-la. Viver tomando remédios não é o viver natural, devemos buscar isso sempre que possível.

Rhonda Byrne, em seu livro “The Power” (O Poder) diz que a única força verdadeiramente existente no universo é o Amor. Inclusive os sentimentos negativos, são apenas ausência de amor. Por isso, mesmo alguém com feridas emocionais tão profundas, o amor pode ser a melhor solução.

Por isso, aos que estão pensando em desistir do viver, esperem mais um pouco. Com certeza, há uma razão para a sua existência. Alguém que o ama, um trabalho ou obra que queira realizar… vamos encontrar um motivo para viver, para sorrir! Talvez, seu primeiro objetivo seja encontrar seu próprio lugar neste mundo. Um lugar onde possa ser você mesmo, onde há alguém que apoie e escute, onde não há criticas e sim incentivos, onde você seja uma existência importante, que seja essencial para alguém. A felicidade pode estar em todos os lugares, talvez precisemos apenas mudar a forma de olhar… Sinceramente, também a procuro!

A hora mais escura da noite é a mais próxima do amanhecer. Ou seja, se persistirmos, vamos encontrar uma luz. E, acredite: não estás sozinho(a), pelo menos, é nisso que quero acreditar!

Posso dizer com segurança que você é uma pessoa maravilhosa! Alguém pode dizer: “Ah, mas você nem sabe quem está lendo sua postagem!”. E, isso é verdade! Porém, não existe no mundo alguém que não possua qualidades. E, essas qualidades únicas são maravilhosas e, certamente, são de grande valia para este mundo. Talvez, apenas não tenha descoberto sobre isso ainda.

Das publicações que li, encontrei algumas características que são sinais de que alguém possa estar pensando, ou tem tendências suicidas. Isso pode ajudar a identificar alguém assim, permitindo ajudá-la.

  • Tornar-se uma pessoa depressiva, melancólica (apresenta uma grande tristeza, desesperança e pessimismo, chora sistematicamente);
  • Falar muito acerca da morte, suicídio ou de que não há razões para viver, utilizando expressões verbais tais como “Não aguento mais”, “Já nada importa”, ou “Estou a pensar acabar com tudo”;
  • Preparativos para a morte: pôr os assuntos em ordem, desfazer-se/oferecer objetos ou bens pessoais valiosos, fazer despedidas ou dizer adeus como se não voltasse a ser visto;
  • Demonstrar uma mudança acentuada de comportamento, atitudes e aparência;
  • Ter comportamentos de risco, marcada impulsividade e agressividade;
  • Aumento do consumo de álcool, droga ou fármacos;
  • Afastamento ou isolamento social;
  • Insônia persistente, ansiedade ou angústia permanente;
  • Apatia pouco usual, letargia, falta de apetite;
  • Dificuldades de relacionamento e integração na família ou no grupo;
  • Insucesso escolar (por exemplo, quando antes era aluno interessado);
  • Automutilação.

(Autor desconhecido, retirado deste site.)

Talvez você conheça alguém com algumas dessas características, ou você mesmo(a) as tenha (eu, por exemplo, tenho algumas delas!). Mas isso não necessariamente signifique que é alguém com sentimentos suicidas. No entanto, se um conjunto destas apresentarem-se em uma única pessoa, é aconselhável atentar-se.

Lembrando que, não existe um perfil específico para as vítimas desse sentimento. Qualquer pessoa pode chegar a esse ponto. Grande parte dos parentes e amigos de pessoas que se suicidaram, ficam chocados, por nunca terem percebido nenhum sinal de que cometeriam esse ato.

E, para os que acreditam que depressão é frescura, e suicídio é conversa fiada (pasmem, mas já li comentários desse tipo), sugiro que tentem olhar mais as pessoas ao redor, deixando de olhar para si mesmos, nem que seja só um pouquinho. Cada pessoa é diferente uma da outra, sentem coisas diferentes de formas diferentes, se machucam por coisas diferente…

Fechem os olhos e tentem imaginar a tristeza/solidão mais profunda, agora imaginem que não há ninguém que queira lhe ouvir ou ajudar, ou pior, ninguém se importa… Como se sentiria? Agora, entenda que uma pessoa em depressão tem esse sentimento, porém, potencializado pela fragilidade emocional provinda de diversos fatores, que às vezes, chega ao ponto de desejar o fim da própria existência.

A dor, o vazio, a frieza e o desespero de querer abafar tudo isso, muitas vezes acompanhados de medos e receios… É algo tão profundo que é difícil de se transmitir em palavras. Para quem sofre, é um sentimento pesado, profundo, eterno e infinito. Por isso, penso: não querer ajudar é uma coisa, é questão de caráter, consciência e livre arbítrio. Mas julgar e acusar a dor do próximo como “frescura” ou “besteira”, é uma grande falta de respeito. Isso é não ser humano. Pergunto-me, quantas palavras impensadas de pessoas assim já não feriram mais uma alma já ferida? Quantas pessoas perderam a vontade de viver, por conta de palavras ásperas, ou atitudes venenosas?

Para encerrar, quero deixar algumas palavras para quem está com a alma ferida, com o coração despedaçado, ou mesmo aos que já perderam a voz dos sentimentos, de tanto gritar.

“A vida é um grande e completo texto, que precisa de muitas vírgulas para ser escrito, ainda que essas vírgulas assumam em alguns momentos formatos de lágrimas.”
(Augusto Cury)

Desejo que encarem as adversidades que os feriram de forma positiva. Pode parecer estranho, talvez até rude, dizer algo assim. Mas o que quero dizer é que as adversidades nos ensinam muito. Tenho certeza que se conseguirem enxergar as coisas por esta perspectiva, encontrarão uma luz. Embora, eu saiba que não seja fácil.

Lembrem-se que ao ser ferida, a ostra produz a pérola. Uma espada, não se torna brilhante e afiada se não for malhada com um áspero esmeril. Que mesmo após um inverno rigoroso, as flores conseguem desabrochar. Imaginem que as tristezas sejam o objeto que irá polir a sua alma, e que tendo a alma polida, poderá brilhar para um futuro de luz.

Gostaria de recomendar um livro, que me ajudou muito quando estive nas trevas: “O Livro dos Jovens“, de Masaharu Taniguchi. É um livro da SEICHO-NO-IE, mas é de fácil compreensão, e pode ser lido por pessoas de qualquer religião ou credo, não precisando conhecer nada sobre a SNI.

O motivo para se continuar a viver e seguir em frente, muitas vezes, está onde menos esperamos. Talvez numa pessoa que nunca notamos, num sorriso, num antigo sonho esquecido… Talvez em alguma lembrança dos pais, avós, amigos… Ou em momentos de felicidade do passado. Sim, o passado pode ser motivação, não devemos viver presos a ele, mas, por exemplo, podemos viver almejando uma situação tão boa ou melhor do que aquela já vivida.

Isso pode variar, mas outra coisa que pode ajudar é dar um passeio num parque, na natureza, ou em lugares onde há pessoas felizes. Tente imaginar aquela felicidade como se fosse sua! Não sinta inveja ou pense “porque não sou eu?”. Apenas imagine-se naquela situação feliz e sinta essa felicidade! Isso ajuda muito a recuperar os ânimos. (Sem contar que, caso acredite na Lei da Atração, estará atraindo aquela felicidade para a sua vida). Talvez, você possa colocar essa situação de felicidade como seu objetivo!

O mais importante é não desistir, e procurar uma fonte de força e apoio. Algo que, mesmo que o mundo desabe, te animará a se levantar de novo. Pode ser uma pessoa, um sonho, um trabalho… qualquer coisa! Desde que faça bem e que seja algo que lhe revigore emocionalmente. Todavia, deve-se atentar para não se tornar dependente disso.

Como disse no início do post, não sou psicólogo e nem psiquiatra. Não entendo da mente humana e seu complexo funcionamento. Analiso apenas sentimentos, pois isso todos o temos e, por isso, somos capazes de compreender se realmente quisermos. Espero que este post ajude alguém, que incentive a encontrar uma luz. Se alguém quiser conversar, estou à disposição, embora nem sempre eu possa responder de imediato. Farei o possível para ajudar.

Bom, por hoje é só!

E nunca se esqueçam! O maior de todos os tesouros são os seus sonhos!

Abraços!